quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Aborto I: O aborto espontâneo

Aborto, palavra que me causa calafrios na espinha, como eu peço todos os dias para não passar por isso novamente. Na minha jornada, foram três, posso dizer que foram os piores dias de minha vida.
O 1º aborto foi com 8 semanas, meu GO não pôde me atender neste dia pois teve um parto de urgência, seria minha primeira Ultrassonografia, estava super ansiosa para escutar o “Tum,Tum,Tum” do meu milagrinho. Pois bem, querendo ou não tive que fazer uma Ultrassonografia naquele dia. Estava em casa quando fui ao banheiro e vi minha calcinha toda suja de borra na cor acastanhada, mostrei para minha mãe e ela disse que era normal, não contente fui à emergência onde foi constatado que o amor da minha vida estava sem batimentos cardíacos. Meu mundo desmoronou. Assim começou a minha saga...
Segundo a medicina, o aborto espontâneo se trata de uma perda fetal antes de 20 semanas de gestação ou a perda de um feto com peso inferior a 500g, uma fatalidade, e que esta é muito comum ocorrer com 20% a 25% das mulheres que engravidam (cada 100 mulheres que ficam grávidas, até 30 delas poderão perder seus bebês), principalmente nas gestações iniciais. Para a maioria das mulheres, 50% das gestações não progridem, existem mulheres até que já passaram por um aborto e nem imaginam, pois pareceu a estas como um simples atraso menstrual com um fluxo um pouco mais intenso quando o ciclo se iniciou.
A causa mais comum de aborto (a que meu GO disse que provavelmente era a minha), é a causa cromossômica, 75% das gestações perdidas são decorrentes de anomalias cromossômicas. É muito importante o casal saber que na grande maioria das vezes é a natureza que impede que um ser com problemas se desenvolva e o próprio organismo interrompe a gestação, onde ocorre o aborto espontâneo.
Outras causas de abortos, menos comuns, são as doenças infecciosas, problemas hormonais, anomalias da estrutura do útero, problemas imunológicos e fatores ambientais (tabagismo, alcoolismo, etc.). Gostaria de falar sobre essas causas mais detalhadamente, por isso vou dividir este assunto em tópicos, pois existe muita informação para ser compartilhada.
Na prática, embora um aborto ocorra normalmente em pelo menos 20% das gestações naturais, não é considerado errado que se dê início a uma pesquisa da causa do aborto logo após a primeira perda. Na verdade a forma com que o casal encara o aborto vai depender muito do médico, da ansiedade, do desejo e da disponibilidade econômica do deste para realizar esses exames. Sinceramente, se eu pudesse voltar no tempo não teria deixado me levar para a forma tão corriqueira com que alguns Ginecologistas tratam o aborto, eu talvez eu não teria tido o segundo, muito menos o terceiro.

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